Foi lançado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais nesta quinta-feira, 8 de abril, o Plano de Transição Energética. O projeto tem como parceiros a Empresa Energética e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. De acordo com Jorge Camargo, vice-presidente do conselho curador do Cebri, trata-se de um plano ambicioso devido as suas complexas implicações, mas que quando for concluido, será possível convencer o maior número de pessoas da dimensão e valor da transição energética e neutralidade de carbono que o pais representa, ele terá sido exitoso.
Para Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, não há dúvida que o programa vai resultar em análises ricas e profundas, oferecendo subsídios para políticas públicas que vão dar o aval para o prosseguimento dessa pauta, considerada urgente. Segundo ele, a preocupação não deveria ser regida pelo “se” e sim pelo “como e quando”. Para ele, não há dúvida na urgência da redução das emissões e que ela trará vantagens. “Não é um movimento de benefícios claros apenas para o meio ambiente, mas para a economia das cidades, podendo gerar mais emprego e renda e atrair vários investimentos”, avisa. O acordo pode durar até 36 meses e o planejamento envolve a apresentação de cenários ao público no primeiro trimestre de 2022.
O presidente da EPE, Thiago Barral, frisou que o programa nasce da importância de estabelecer cenários para a transição energética. “Esse tipo de exercício é o que vai nos motivar a tomar decisões”, explica. Com a vontade do país em ser carbono zero. Barral lembrou que o Brasil quer a neutralidade de carbono e que a transição maximize a criação em valor para a sociedade.
Barral destacou que o objetivo do programa é acelerar a formação de consensos mais amplos em torno das políticas de investimentos que podem inserir o país em uma rota exitosa de transição energética. “Isso significa evidenciar de que forma que o governo em suas várias esferas e as empresas em suas áreas de atuação podem se planejar aplicar e atuar nesse contexto de transição pelas características do brasil”, salienta. Ainda de acordo com ele, a falta de consenso no país pode levar a dúvidas nas tomadas de decisão.
Ainda segundo ele, a atuação da EPE é desdobramento do PNE 2050, que foi aprovado em dezembro passado. Segundo Barral, o acordo para o plano de transição é importante e inovador, porque envolve os setores público e privado, com auxílio da academia.
O programa será formado por uma série de ações. A primeira foi um seminário sobre a Geopolítica da Energia no mundo Pós-covid, que contou com Clarissa Lins, sócia da Catavento, e Carlos Pascual, vice-presidente sênior de Energia da IHS Market.